Nova Central de Cruzeiros

A Terminal de Cruzeiros de Lisboa funciona como um ponto de entrada e um marco da cidade. Esta obra de grande superfície no porto de Lisboa foi concluída em 2017, e o betão de todo o pavimento e das zonas estruturais do edifício foi pigmentado com o pigmento Preto 53 da SC Pigments ®.

Uma das curiosidades do projeto é o uso de cortiça (um símbolo de identidade nacional) no betão. Carrilho da Graça estava a desenvolver a proposta para a Terminal de Cruzeiros de Lisboa e, ao perceber que a elevação do projeto, de grande importância no edifício, tinha um peso superior ao desejado, o arquiteto idealizou um betão inovador que integrasse cortiça, mas que mantivesse o seu caráter estrutural. Utilizou-se como elemento chave do revestimento externo do edifício — as fachadas são feitas de um composto de betão branco misturado — a cortiça faz uma declaração impressionante, presente tanto na perspetiva do edifício como na sua estrutura.

A cortiça é introduzida em granulados de diferentes dimensões, o que permite reduzir a massa do material, mas mantém as reações entre os diferentes elementos químicos que constituem o betão, que continua como elemento estrutural, mas mais leve. Para isso, realizaram-se inúmeros ensaios, quer em laboratório, quer no decorrer da obra.

O objetivo do desenvolvimento de um betão leve, que reduzisse o peso da estrutura para manter o nível adequado de resistência, que cumpre com os requisitos estruturais e arquitetónicos do projeto, foi alcançado com sucesso. Ao mesmo tempo, o novo material impactou beneficamente o conforto do edifício, uma vez que a cortiça funciona como isolante térmico. Com a obra concluída, o edifício distingue-se por uma fachada que revela a textura dos grânulos de cortiça, um efeito conseguido pelo desgaste da superfície exterior do betão. Como resultado, a nova Terminal de Cruzeiros de Lisboa é um edifício poderoso, com um surpreendente efeito estético.

Fonte: Amorim + Carrilho da Graça